Estratégias de
autorregulação

A autorregulação é um conjunto de habilidades que permite à pessoa manter-se adaptada às demandas de uma tarefa, identificando suas necessidades ambientais e socioemocionais por meio de processos cognitivos. Para adultos neurodivergentes, esse processo pode ser ainda mais desafiador, envolvendo dificuldades em reconhecer tais demandas, traçar um plano e manter a flexibilidade necessária para se ajustar adequadamente (VIANA; GOMES, 2021).

Saiba mais

Separamos algumas ideias que podem favorecer a autorregulação e a aprendizagem em serviço a partir da fala dos residentes:

Criação de um Ambiente
confortável

Espaços tranquilos:

Preferencia para aulas em espaços com poucos estímulos sensoriais, pouco eco, e com possibilidade de pausa para momentos de autorregulação em espaço tranquilo para descanso.
Redução de ruídos:

Usar protetores auriculares ou fones de cancelamento de ruído para alunos sensíveis ao som.

Materiais Sensorialmente acolhedores

Objetos sensoriais:

Prover materiais como toys, almofadas, ou objetos de apertar.
Cadeiras adaptadas:

Usar bolas de pilates, cadeiras com ligas nos pés ou assentos flexíveis para permitir pequenos movimentos enquanto estão sentados produzindo. Permite modificações no uniforme de trabalho usual.

Estratégias
de Movimento

Pausas ativas:

Planejar intervalos curtos com atividades de movimento, como alongamentos, pular ou caminhar.

Movimento de autorregulação (stimming):

Permitir pequenos movimentos durante atividades estáticas, como balançar-se na cadeira ou mexer com algo nas mãos.

Rotinas
e Previsibilidade

Cronogramas visuais:

Utilizar quadros, cartões ou planilhas para mostrar a sequência das atividades do dia.

Rotinas: Informe as pessoas sobre as regras de convivência social e não presuma que alguém esteja quebrando as regras ou sendo rude intencionalmente.
Antecipação de mudanças:

Avisar com a antecedência possível sobre alterações na rotina ou atividades inesperadas (como disparar alarme de incêndio).

Permitir que utilize sempre o mesmo armário, quando for o caso.

Suporte verbal e mediação

Tutoria ou aconselhamento:

Oferecer suporte para discriminar urgência entre atividades e ou decompor uma grande tarefa em partes menores, tornando-a mais concreta e operativa possível.

Usar comandos diretos e simples, evitando deixar implícito o que precisa ser feito. Evitar utilizar sarcasmo. Ao fazer uso de linguagem figurada explicar o que foi dito de forma clara. Forneça instruções verbais e escritas concisas para as tarefas. Auxiliar na mediação com outros preceptores e atividades externas. Questionar se deseja participar das atividades de socialização em grupo (como dinâmicas) e ofertar recursos para torná-las mais acessíveis.

Seja paciente

Não faça suposições: Pergunte sobre as preferências, necessidades e objetivos individuais da pessoa.
Treinamento de habilidades:

Trabalhar o reconhecimento e a expressão das sensações corporais associadas ao estresse ou à sobrecarga e pensar estratégias. O reconhecimento e gestão das potencialidades e dificuldades do residente neurodivergente se faz tão necessária quanto o aprimoramento de suas habilidades e competências técnicas. No dia-a-dia de sua prática ele vai precisar dos dois para fazer um bom serviço.

Práticas Colaborativas de apoiadores para Estudantes com TDAH no Ensino Superior

Este foi um trabalho realizado em parceria com minha orientadora, envolvendo estratégias de suporte entre profissionais para estudantes com TDAH no ensino superior.

Metodologia do Ensino Superior - Portfólio

Esse portfolio foi elaborado em uma disciplina do mestrado sobre Metodologia do Ensino Superior. Foi uma vivência importante na minha jornada como estudante neurodivergente que eu quis compartilhar aqui porque acredito que experiências como essa atravessam e também produzem essa pesquisa, se dá no cotidiano.

Estratégias de autorregulação